1) Definição
É também chamado de plástico sustentável, por ser produzido a partir de cana de açúcar, que é uma matéria prima renovável.
Durante o crescimento da cana de açúcar, o carbono do CO, em presença da luz solar, é transformado em sacarose (fotossíntese), com liberação de O2 para a atmosfera,purificando o meio ambiente.
2) Produção
O caldo proveniente da moagem da cana é submetido ao processo de fermentação, onde os microorganismos presentes produzem enzimas (substancias químicas), que transformam as moléculas de sacarose (C12H22O11) em etanol (C2H5O) com liberação de CO2.
Reação química envolvida: C6H12O2 → 2 C2H5O + 2 CO2
Após a fermentação, o liquido é destilado, sendo obtido o álcool hidratado (etanol) e vinhaça, um resíduo liquido contendo Nitrogênio, Potássio e Cálcio, o qual é aproveitado no cultivo da cana para reduzir o uso de adubo químico.
O álcool hidratado (CH3-CH2OH) é desidratado e transformado em etileno (CH2=CH2 ).
Finalmente o etileno é submetido á reação de polimerização para a obtenção do “polietileno verde” (CH2=CH2 )n.
O “polietileno verde” é reciclável, mas não é biodegradável; a sua grande vantagem é ser produzido de fonte renovável, com geração de empregos sustentáveis e de grande potencial de obtenção no pais, ao contrário daquele obtido do petróleo, o qual é uma matéria prima instável, de preço oscilante e duração finita.
A obtenção de polietileno a partir de petróleo é mais poluente, pois além da geração de CO2 no processo de produção, não há absorção deste gás, como ocorre no “processo verde”.
Um grande problema a ser resolvido é o aumento da produção de cana, com consequente elevação na produção de etanol, sem exigir aumento demasiado da área plantada, evitando competição com a produção de alimentos.
Para atingir este objetivo, estão sendo pesquisadas espécies geneticamente modificadas, de maior produtividade, com alto teor de sacarose (açúcar), mais resistentes as secas e as pragas.
Estas novas espécies reduzirão o consumo de pesticidas, evitando danos ambientais e permitirão o plantio em áreas menos férteis, não ocupadas para o plantio de alimentos.
Outra fonte para a produção de etanol é a celulose ( C6.H10.O6).
Como a molécula da celulose é grande, é necessário a sua quebra para permitir a digestão dos microorganismos no processo de fermentação.
Estão sendo realizadas pesquisas para inserir genes codificadores no DNA da cana, capazes de produzirem enzimas, que quebrem a molécula de celulose, facilitando assim o processo de fermentação.
Esta nova tecnologia permitirá o aproveitamento da celulose contida no bagaço da cana, proporcionando o aumento da produção de etanol com a mesma área de cultivo.
Este aumento de produtividade, reduzirá a exigência de áreas para aumento de produção.
Será também possível utilizar outras fontes de celulose, tais como restos de árvores, cavacos, serragem, entre outros, na produção de etanol..
O entrave atual para o desenvolvimento desta tecnologia, reside no custo elevado de obtenção das enzimas para a quebra das moléculas de celulose.
Os pesquisadores estão tentando encontrar microorganismos capazes de sintetizar enzimas de maior eficiência e menor custo.
O Centro de Ciência e Biotecnologia do Bioetanol (CTBE), investimento de R$ 150 milhões do governo federal e com previsão de funcionamento em 2012 em Campinas, desenvolverá e concentrará as pesquisas na área de bioetanol, recebendo também informações de outros laboratórios de pesquisa.
3) Processos de produção
3.1) Petroquímica Braskem
Está operando uma planta piloto no RS desde 2007; o etanol é comprado na destilaria de alcool e transportado até a planta alcoolquímica, onde é convertido em polietileno.
Amostras do “polietileno verde” produzido estão sendo testadas no exterior, pois a empresa está trabalhando no desenvolvimento do mercado externo.
O preço da “resina verde” obtida, é cerca de 3 vezes maior do que a obtida do petróleo. Isto se explica pela grande produção da resina petrolífera, cerca de 5 milhões de ton. em 2009 e o aperfeiçoamento da tecnologia de produção ao longo dos anos.
O aumento da produção e o aperfeiçoamento tecnológico resultarão na queda do preço da “resina verde” .
O polietileno da Braskem foi certificado pela Beta Analytic Inc-USA, tornando-se o 1° bioplástico certificado no mundo.
Está previsto um investimento de U$ 5 milhões para instalação de uma unidade industrial no RS, com capacidade para produzir 200.000 ton/ano de ” resina verde” a partir de etanol.
Cada ton. de resina produzida deverá reduzir 2,5 ton. de CO2 da atmosfera, sendo prevista a remoção de 500.000 ton/ano de CO2 da atmosfera, contribuindo desta forma para a redução do efeito estufa.
Parte da energia elétrica resultante da queima do bagaço da cana será consumida na área industrial, tornando o pólo alcoolquimico auto-suficiente. O excedente será comercializado.
4.2) Dow Quimica
Está desenvolvendo um projeto para a produção 350.000 ton/ano de “resinas verdes” (Dowlex), a partir de cana de açúcar. A destilaria de etanol e a planta alcoolquímica, ficarão situadas na mesma área do canavial. O inicio de produção está previsto para 2011.
A queima de bagaço de cana fornecerá energia elétrica para suprir as operações industriais e haverá um excedente para abastecer uma cidade de 500.000 habitantes, que serão comercializados para o sistema de geração por recursos hídricos.
Cada kg. de Dowlex produzido absorverá 2,5kg de CO2, sendo prevista a remoção de 700.000 ton/ano de CO2 da atmosfera.
Está prevista a geração de 3.200 empregos sustentáveis durante o ano, em condições dignas.
O uso de coleta mecanizada nos 2 projetos evitará a emissão de CO2 e fuligem para o meio ambiente. As folhas da cana resultantes da colheita mecanizada protegerão o solo evitando erosão e perdas de umidade.
Fonte: Braskem, Dow, O Estado de S. Paulo
Autor: Eng. Adilson S. Pires, diretor da Help Treinamento e Consultoria.
contato@helptreinamentos.com.br
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Ano da Publicação: | 2011 |
Fonte: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=931 |
Link/URL: | http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=931 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |