Plásticos: benefícios à humanidade e riscos ao meio ambiente

Atualmente os plásticos fazem parte do nosso cotidiano mais do que possamos imaginar. Inclusive, há quem diga que estamos na Era dos Plásticos. Para se ter uma idéia, os plásticos estão presentes nas fibras têxteis sintéticas, nas embalagens me geral, na construção civil, nos utensílios domésticos, nos aparelhos eletrônicos, nos carros, na medicina, enfim, em tantos outros.



Nos últimos anos, os plásticos vêm preocupando alguns segmentos sociais. Isto porque de um lado os plásticos têm grande aplicabilidade na sociedade atual e de outro lado representam grandes problemas ambientais.



Em termos técnicos, os plásticos fazem parte de um grupo de substâncias (ou materiais) conhecido como polímeros, que inclui também as borrachas. Os polímeros são formados por unidades moleculares que se repetem muitas vezes formando cadeias moleculares longas (do grego, poli = muitos e meros = partes). Essa estrutura molecular confere aos materiais poliméricos propriedades incrivelmente interessantes em termos de aplicabilidade.



Historicamente, os primeiros estudos com polímeros iniciaram-se na segunda metade do século XIX. O interesse nesta área foi despertado pela necessidade de se obter materiais sintéticos, mais economicamente viáveis, que substituíssem materiais naturais.



Tudo o que os polímeros ofereceram em termos de conforto e praticidade para a sociedade atual representa um custo ambiental elevado. Os problemas ambientais advêm da produção da própria matéria prima e dos objetos plásticos, pois qualquer indústria tem seu grau de impacto ambiental e usa o petróleo, um recurso natural não-renovável, como matéria-prima inicial. Uma outra questão relevante é a grande quantidade de plásticos na composição do lixo, como, também, o seu destino adequado (aterro sanitário, incineração). Para se ter uma idéia, estima-se que o PET, um polímero utilizado na confecção de garrafas, compõe, em média, 5% do total do lixo produzido nos grandes centros urbanos. Para a cidade de São Paulo, isso equivale a 714 toneladas! Além da grande quantidade na composição do lixo, os polímeros têm um tempo de degradabilidade muitíssimo alto. Inclusive sua alta aplicabilidade se deve à sua resistência às intempéries do ambiente.



Entre as possíveis opções praticadas para resolver os problemas ambientais causados pelos plásticos encontra-se a “reciclagem”. A reciclagem torna-se praticável quando o material reciclado representa vantagem financeira. Esse é o caso das latas de alumínio, em que o índice de reaproveitamento atingiu 78 %, em 2000, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Entretanto, concordo com a coordenação do grupo de estudos “Ecologia do Ambiente” do Centro de Ecologia Integral, Ana Monsoldo, ao dizer que “a reciclagem não é a salvação da lavoura”. De fato, se pensarmos nos 3 RS : reduzir, reutilizar e reciclar, reciclar é a última ação. Talvez, reduzir seja uma ação difícil considerando a sociedade moderna atual, pois significa abdicar do conforto e da praticidade que os plásticos oferecem em muitas situações do nosso cotidiano e, principalmente, mudanças no padrão de consumo.



A reciclagem requer um gerenciamento municipal de resíduos mais adequado. É comum encontrarmos locais de coletas de diferentes materiais espalhados pela cidade para os quais as pessoas levam voluntariamente objetos recicláveis. Na realidade, há necessidade de coleta seletiva, ou seja, coleta de diferentes tipos de lixo: papel, vidro, plástico, latas e orgânicos, por exemplo. Isto pode significar ampliação da capacidade de reciclagem.



A questão dos plásticos é de responsabilidade de todos! A sociedade tem sua parcela de responsabilidade como também o governo. Enfim, os plásticos representam um grande desafio para a humanidade atual. De um lado, não se pode negar os benefícios dos plásticos que vêm atendendo às necessidades da vida moderna. De outro lado, não podemos ignorar os impactos ambientais que os mesmos c

Ano da Publicação: 2004
Fonte: AMDA
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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