Plásticos de baixa-temperatura ajudam a reciclagem

Cientistas deram um passo próximo à ampla reciclagem de plástico, um dos grandes problemas ambientais do Século XXI.

A BBC On-line reportou que os investigadores desenvolveram um modo de modelar plásticos em fôrmas sem os aquecer. Atualmente, plásticos são expostos a altas temperaturas até que eles estejam macios bastante para serem aplicados em novas formas, o que os fragiliza. Os pesquisadores americanos publicaram um estudo no Diário da Natureza. O novo método permite reprocessar os plásticos sem danificar suas cadeias moleculares. A equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, EUA, misturaram poliestireno pulverizado – um plástico “duro” – com um plástico macio também pulverizado, como polibutila acrílico.

Quando pressão foi aplicada a estes plásticos pulverizados dentro de um molde, o componente duro dissolveu no componente macio, tornando-o maleável e fácil de moldar. Os cientistas moeram e remodelaram estes plásticos até 10 vezes e não observaram nenhuma mudança em suas propriedades.

“É bastante semelhante aos processos que nós usamos, e que já faz parte do processo industrial dos plásticos”, disse o condutor da pesquisa, Dra. Anne Mayes, do MIT. A diferença chave, disse a Dra. Mayes, foi o uso de componentes duros e macios nos plásticos. Os plásticos foram remodelados à temperatura ambiente. Isto acaba com a necessidade de aquecer os plásticos a temperaturas altas, reduzindo a quantidade de energia usada para aquecer e depois esfriar os moldes nos processos industriais. A técnica também pode requerer menos quantidade de aditivo, como retardadores de chama e estabilizadores ultravioleta a serem aplicados aos plásticos. O processo pode percorrer um longo caminho até entrar em larga escala.

“Isto seria útil para a reciclagem, já que realmente não degrada os plásticos”, disse Dr, Hazel Assender, um cientista de materiais na Universidade de Oxford. “Isto também precisa ser um processo industrial viável”. Dr. Assender disse que havia muitos outros problemas que impedem ampla reciclagem de plásticos. Por exemplo, plásticos precisam ser ordenados de forma que os mesmos tipos sejam reciclados juntos. No momento, há poucas alternativas de se fazer isto manualmente. Plástico reciclado, atualmente, é muito caro, tornando-se difícil para as empresas de reciclagem a recuperação dos custos. “Agora mesmo nós temos que aprender mais sobre o que [esta técnica] pode fazer e o que não pode fazer”, disse o co-autor da pesquisa Juan Gonzalez-Leon, do MIT.

Sr. González-Léon disse que a técnica poderia melhorar sistemas de entrega de drogas controladas. Isto inclui dispositivos implantados debaixo da pele para ministrar medicamentos dentro do corpo de uma pessoa. Estes são feitos implantando-se drogas em uma matriz de polímero e eles trabalham libertando a droga lentamente conforme o polímero vai se decompondo. Mas muitas proteínas perdem sua forma e função quando expostas a temperaturas em torno de 37 ºC e o processo poderia ser prejudicado se a parte correspondente à matriz de polímero do dispositivo de liberação da droga estiver aquecida. Modelando os dispositivos à temperatura ambiente poderia eliminar este problema.

Ano da Publicação: 2004
Fonte: WARMER BULLETIN ENEWS
Autor: Kit Strange
Email do Autor: bulletin@residua.com

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