Plásticos – o mercado para reciclagem

O mercado para reciclagem

Os principais consumidores de plásticos separados do lixo são as empresas recicladoras, que reprocessam o material, fazendo-o voltar como matéria-prima para a fabricação de artefatos plásticos, como conduítes, sacos de lixo baldes, cabides, garrafas de água sanitária, e acessórios para automóveis, para citar alguns exemplos. É possível economizar até 50% de energia com o uso de plástico reciclado.

Em 2009, cerca de 2,5 milhões de toneladas de plásticos foram produzidos. No Brasil, o maior mercado é o da reciclagem primária, que consiste na regeneração de um único tipo de resina separadamente. Este tipo de reciclagem absorve 5% do plástico consumido no País e é geralmente associada à produção industrial (pré-consumo). Um mercado crescente é o da chamada reciclagem secundária: o processamento de polímeros, misturados ou não, entre os mais de 40 existentes no mercado. Novas tecnologias já estão disponíveis para possibilitar o uso simultâneo de diferentes resíduos plásticos, sem que haja incompatibilidade entre elas e a conseqüente perda de resistência e qualidade. A chamada “madeira plástica”, feita com a mistura de vários plásticos reciclados, é um exemplo. Já a reciclagem terciária, ainda não existente no Brasil, é a aplicação de processos químicos para recuperar as resinas que compõem o lixo plástico, fazendo-as voltar ao estágio químico inicial.

Quanto é reciclado?

Cerca de 21,2% dos plásticos foram reciclados no Brasil em 2009, representando aproximadamente 556 mil toneladas por ano. A taxa de reciclagem de plásticos na Europa é de 18,3 %, sendo que em alguns países a prática é impositiva e regulada por legislações complexas e custosas para a população local, diferentemente do Brasil, onde a reciclagem acontece de forma espontânea.

Conhecendo o material

Plástico filme é uma película plástica normalmente usada como sacolas de supermercados, sacos de lixo, embalagens de leite, lonas agrícolas e proteção de alimentos na geladeira ou microondas. O material constitui 42,5% das embalagens plásticas em geral nos Estados Unidos.

Nos EUA, 51% dos pacotes e sacos, usados para embrulhar e embalar produtos, são compostos por plástico. Cerca de 44% é papel e 4% é folha de alumínio.

A resina de polietileno de baixa densidade (PEBD) e a de polipropileno (PP) são as mais usadas no Brasil, correspondendo cada uma a 23% dos polímeros consumidos no mercado brasileiro de plástico.

Leve, resistente e prático, o plástico rígido é o material que compõe cerca de 77% das embalagens plásticas no Brasil, como garrafas de refrigerantes, recipientes para produtos de limpeza e higiene e potes de alimentos. É também matéria-prima básica de bombonas, fibras têxteis, tubos e conexões, calçados, eletrodomésticos, além de baldes, utensílios domésticos e outros produtos. O plástico rígido pode ser reprocessado, gerando novos artefatos plásticos e energia.

Qual o pesso desses resíduos no lixo?

O peso varia muito conforme a cidade. Segundo a pesquisa Ciclosoft, realizada em 443 municípios brasileiros, 19,5% da composição da coleta seletiva são plásticos.

Sua história

O inglês Alexander Parkes produziu o primeiro plástico, em 1862. Rapidamente, o plástico tornou-se um dos maiores fenômenos da era industrial, garantindo mais durabilidade e leveza. Mas, como em sua maioria não é biodegradável, tornou-se alvo de críticas quanto ao seu despejo nos aterros, que crescem junto com a explosão populacional.

A reciclagem de plástico começou a ser realizada pelas próprias indústrias, para o reaproveitamento de suas perdas de produção. Quando o material passou a ser recuperado em maior quantidade, separado do lixo, formou-se um novo mercado, absorvendo modernas tecnologias para possibilitar a produção de artigos com percentual cada vez maior de plástico reciclado.

E as limitações?

Diversidade das Resinas Plásticas

Existem sete diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimicamente entre si. Ou seja, a mistura de alguns tipos pode resultar em materiais defeituosos, de baixa qualidade, sem as especificações técnicas necessárias para retornar à produção como matéria-prima. São os seguintes os plásticos rígidos mais comuns no mercado brasileiro:

a) polietileno tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerantes.

b) polietileno de alta densidade (PEAD), consumido por fabricantes de engradados de bebidas, baldes, tambores, autopeças e outros produtos.

c) cloreto de polivinila (PVC), comum em tubos e conexões e garrafas para água mineral e detergentes líquidos.

d) polipropileno (PP), que compõe embalagens de massas e biscoitos, potes de margarina, utilidades domésticas, entre outros.

e) poliestireno (PS), utilizado na fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis. O Cempre dispõe de publicações que facilitam a identificação de cada uma dessas resinas.

Cerca de 80% dos sacos e embalagens de plástico filme são produzidas com polietileno e 20% com polipropileno, cloreto de polivinila (PVC) – usado em embalagens de alimentos – e outras resinas. Algumas películas misturam dois ou mais polímeros, podendo criar problemas na hora de seu reaproveitamento industrial, como trincas e perda de resistência mecânica.

Algumas resinas são de difícil identificação a olho nu. A maioria dos métodos de seleção de plásticos para reciclagem se sustenta na observação do material durante a queima – cor da chama e da fumaça e odor. Para facilitar a identificação dos plásticos, o setor que reúne os fabricantes adota uma padronização com símbolos.

Diversidade de Cores

Os contaminantes do material incluem comida, gorduras, papel, etiquetas, grampos e sujeira em geral, reduzindo seu preço de venda. Isso ocorre com freqüência com o plástico misturado ao lixo, que não é coletado seletivamente. Ele deve passar por processos de lavagem antes de ser encaminhado para reciclagem.

É importante saber…

Redução na Fonte de Geração
Mais leve do que os demais materiais, o plástico filme tem contribuído para reduzir a geração de lixo. Sem o plástico, o peso dos resíduos sólidos urbanos seria quatro vezes maior e o volume aumentaria duas vezes, segundo o instituto de pesquisa alemão GFV (Gesellschaft für Virologie).

Compostagem

O material não pode ser transformado em adubo.

Incineração

O plástico é altamente combustível, com valor de 18.700 BTUs por quilo, para o caso do polietileno. O lixo urbano como um todo tem poder combustível de 4.500 BTUs por quilo. A reciclagem energética ainda não é praticada no Brasil.

Aterro

Ele é de difícil degradação. A saída tem sido estudar sua substituição por plásticos biodegradáveis e fotodegradáveis (que se degradam pela ação da luz). Mesmo assim, a degradação é lenta nos aterros sanitários.

O ciclo da reciclagem

Voltando às Origens

Após ser separado do lixo, o plástico filme é enfardado para a reciclagem. Na recicladora, o material passa pelo aglutinador, uma espécie de batedeira de bolo grande que aquece o plástico pela fricção de suas hélices, transformando em uma espécie de farinha. Em seguida, é aplicada pouca água para provocar um resfriamento repentino que resulta na aglutinação: as moléculas dos polímeros se contraem, aumentando sua densidade, transformando o plástico em grãos. Assim, ele passa a ter peso e densidade suficientes para descer no funil da estrutura, a máquina que funde o material e o transforma em tiras (spaghetti). Na última etapa, elas passam por um banho de resfriamento e são picotadas em grãos chamados “pellets”, que são ensacados e vendidos para fábricas de artefatos plásticos.

Ano da Publicação: 2011
Fonte: http://www.cempre.org.br/ft_plastico.php
Link/URL: http://www.cempre.org.br/ft_plastico.php
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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