“Rainha” do papelão é a pessoa mais rica da China

O lixo dos Estados Unidos transformou Zhang Yin na pessoa mais rica da China. Em 1990, Zhang começou a coletar papel usado em Los Angeles e a enviá-lo para a China, onde seria utilizado na confecção do papelão necessário para os setores exportadores do país em expansão.



Sua empresa, a Nine Dragons Paper Holdings Ltd., é atualmente a maior fabricante de embalagens da China. As ações da Nine Dragons quadruplicaram de valor desde sua Oferta Pública Inicial (OPI), realizada em março do ano passado, levando a fortuna de Zhang a US$ 4,7 bilhões.



“Outras pessoas viam o papel usado como lixo, mas eu o encarei como se fosse uma floresta cheia de árvores”, diz Zhang, de 49 anos. “Eu tive de aprender tudo do zero. O negócio era tocado apenas por mim e por meu marido, e eu não falava uma palavra de inglês”, recorda.



Investidores como a Merrill Lynch & Co. e o Baring Asset Management estão apostando em Zhang – que é filha de um oficial do Exército chinês da época da revolução comunista -, pois as empresas chinesas, que fabricam produtos que vão de computadores a bicicletas, precisam cada vez mais de caixas de papelão. Na última década, as exportações da China quintuplicaram, passando a US$ 762 bilhões.



“A empresa de Zhang é a líder do setor”, diz Lilian Co, que administra US$ 2,7 bilhões em ativos no Baring Hong Kong China Fund, o quarto maior acionista da Nine Dragons, com 29 milhões de ações da companhia. “O mercado está se expandindo e há escassez de oferta”.



Líder entre grandes fortunas



Zhang é a “self-made woman” mais rica do mundo, à frente da apresentadora de talk show norte-americana Oprah Winfrey e da principal executiva do site EBay Inc., Meg Whitman, segundo a Hurun Report, revista de Xangai que produz o ranking das pessoas mais ricas da China.



Em outubro, a Hurun disse que Zhang era a pessoa mais rica da China, após ter superado Huang Guangyu, fundador da Gome Electrical Appliance Holdings Ltd. A revista estimava a fortuna de Zhang em US$ 3,4 bilhões, comparativamente aos US$ 2,5 bilhões de Huang.



Zhang também é membro da Conferência Política Consultiva do Povo da China, órgão que fornece consultoria ao governo chinês e cuja função é parecida com à de uma Câmara Alta do Legislativo.



A empresa registrou lucro líquido de 1,37 bilhão de iuanes (US$ 127 milhões) no período de 12 meses encerrado em 30 de junho do ano passado, o que representa uma alta de 450% em relação à cotação vigente há um ano.



As vendas da empresa corresponderam ao dobro de sua concorrente mais próxima, a Lee & Man Paper Manufacturing Ltd., com ações negociadas em Hong Kong.



Perda de emprego dá impulso



A carreira de Zhang acompanha a abertura econômica da China que, desde o início da década de 1980, tem estimulado a produção de bens de consumo para a exportação.



Em 1985, ao chegar à então colônia britânica de Hong Kong, originária da província vizinha de Cantão, Zhang atuava como contadora de uma trading chinesa que foi à falência no período de um ano.



“Quando perdi meu emprego, eu tive que fazer uma escolha”, lembra ela, passando com facilidade do idioma putonghua, língua nacional da China, para o cantonês, dialeto da Província de Cantão. “Eu poderia voltar à China ou poderia encontrar um emprego em Hong Kong. Um empresário de Hong Kong chegou a me oferecer um salário de 500 mil dólares de Hong Kong”.



Zhang recusou a proposta de emprego não específica – e um salário equivalente a US$ 64 mil, ou 10 vezes a renda per capita de Hong Kong à época – e provou que não era uma desempregada qualquer. O pai de Zhang havia sido tenente do Exército Vermelho à época da revolução comunista, posição que lhe proporcionou relacionamentos com pessoas influentes depois que o Partido Comunista assumiu o poder na China, em 1949, diz Albert Louie, da consultoria de risco A. Louie & Associates, de Pequim.



“Os amigos de Exército do pai dela t

Ano da Publicação: 2007
Fonte: www.reciclaveis.com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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