Reciclagem de bandejas de isopor – RS

isopor é considerado bastante versátil, com larga utilização em embalagens industriais, construção civil, artigos de consumo e agricultura



O Brasil já tem um programa piloto de recolhimento e reciclagem de embalagens de poliestireno expandido – EPS na sigla internacional, mas mais conhecido como isopor – voltado aos produtores de fumo no Sul do País. O programa de reciclagem de bandejas de EPS foi apresentado aos fumicultores da região de Santa Cruz do Sul (RS), com o objetivo de atingir 22 mil produtores, em uma etapa preliminar.



O EPS (o nome Isopor é marca registrada da Knauf-Isopor e designa comercialmente o material fabricado por esta empresa) é considerado bastante versátil, com larga utilização em embalagens industriais, construção civil, artigos de consumo e também na agricultura. No caso específico do setor fumageiro, as bandejas de EPS vêm sendo usadas há cerca de sete anos, em um sistema conhecido como Float System.



Nessa modalidade, já em uso por 90% dos produtores brasileiros, o plantio das sementes é feito em bandejas de EPS com substrato, que são mantidas sob uma fina lâmina de água. Depois que as sementes germinam, as mudas são transplantadas para o campo. O método tem caráter preventivo em relação à pragas e permitiu a substituição do brometo de metila, substância em fase de banimento em todo o mundo pelo Protocolo de Montreal (1987) por ser prejudicial à camada de ozônio.



Passivo ambiental

O problema é que as bandejas de isopor tornaram-se um considerável passivo ambiental no campo: segundo estimativas da Associação Brasileira do Poliestireno Expandido (Abrapex), existem cerca de 6 milhões de bandejas descartadas de forma incorreta no meio ambiente, fruto das últimas sete safras, quando o material foi incorporado à fumicultura. Apesar de inerte e 100% reaproveitável, o EPS não é biodegradável. “Trata-se de um projeto inédito entre os países que usam o EPS na agricultura, cerca de 100 em todo o mundo. Nosso objetivo, na primeira etapa, é avaliar os montantes de bandejas descartadas e a logística para o aproveitamento desse material”, afirma Albano Schmidt, presidente da Abrapex.



Nos próximos dias, a Abrapex, em parceria com o Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo) e com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) vai apresentar o programa ao setor fumageiro de nove municípios gaúchos, com orientação dos produtores. Em novembro, será feita a coleta do material em 220 pontos, que serão recolhidos pela Agrovet, empresa que faz o recolhimento de embalagens de agrotóxicos na região.



As bandejas serão posteriormente encaminhadas à Indústria de Polímeros Delta, de São Leopoldo (RS), onde serão reprocessadas e voltarão à linha de produção das indústrias calçadistas da região, como matéria-prima para a confecção de solas de sapatos. “Após essa etapa, vamos avaliar os resultados e traçar a estratégia para expandir o programa para outras regiões produtoras do Rio Grande do Sul e também para o Paraná e Santa Catarina”, afirma Schmidt.



A produção brasileira de EPS é da ordem de 45 mil toneladas anuais. Destas, cerca de 2 mil toneladas são consumidas pelos fumicultores. Cada uma das bandejas usadas na agricultura tem 200 cavidades, onde são inseridas as sementes, e tem vida útil de três a quatro safras. “A reciclagem do material é um pleito antigo do setor fumageiro, e poderá servir de modelo para os demais países produtores”, afirma o presidente da Abrapex. A iniciativa, ainda em projeto, foi apresentada no último Congresso Mundial de EPS, realizado em maio último em Roma, e já suscitou interesse de outros produtores, como China e Índiahttp://www.pingadw.com/b.>

Ano da Publicação: 2007
Fonte: http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=184
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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