As baterias dos telefones celulares tem vida útil pré-determinada. Após um determinado número de recargas, o desempenho começa a degradar. De repente, parece que elas não “seguram” mais a energia: mesmo cheias, mal aguentam meia-hora.
Sinal de que é hora de trocar a bateria por uma nova. Mas o que fazer com a antiga? Jogar no lixo? De forma alguma -esta é uma das piores coisas que você pode fazer.
Uma bateria é composta por um “coquetel” de substâncias químicas variadas, responsáveis pelo armazenamento da carga elétrica. Elas podem conter materiais como cádmio, metal pesado nocivo ao meio-ambiente e tóxico para humanos.
Apesar de prejudiciais, se recuperados, estes materiais têm valor comercial, pois podem ser reaproveitados em outras áreas. O mesmo vale para outros como o ouro dos contatos ou o plástico das carcaças.
O que fazem os fabricantes
O UOL Tecnologia entrou em contato com cinco fabricantes para descobrir suas políticas de coleta e reciclagem de baterias. Deles, só a LG não tem uma política de reciclagem.
A Motorola recicla baterias desde 1999 e, neste período, já evitou que 200 toneladas fossem jogadas no meio ambiente. Elas são embaladas e armazenadas em conteineres no campo da empresa em Jaguariúna, interior de SP, que depois são despachados para a Bélgica para serem processados.
O sucesso do programa originou o Ecomoto, implantado em agosto deste ano e que recicla também aparelhos usados e acessórios. O usuário só precisa depositar sua bateria, aparelho ou acessório nas urnas de coleta espalhadas pelos postos de Serviço Autorizado Motorola e a empresa faz o resto.
A Nokia também mantém um programa de reciclagem de baterias há sete anos. Todos os aparelhos trazem explicações sobre o descarte correto da bateria e orientação sobre o sistema de coleta, com 162 pontos em assistências técnicas ou postos autorizados.
Há dois anos a Nokia recicla também os aparelhos encaminhados pelos consumidores – entre 60% e 85% dos componentes de um telefone celular Nokia são recicláveis. A empresa encaminha os aparelhos para centros de reciclagem fora do país, onde substâncias como aço, cádmio e níquel são reaproveitadas. A empresa já reaproveitou 32 toneladas de baterias e 25 toneladas de aparelhos na América Latina.
A Samsung orienta os consumidores a encaminhar baterias e aparelhos obsoletos para os postos de assistência técnica autorizada. Segundo a empresa, as baterias usadas em seus celulares são baseadas na tecnologia de Lítio-íon, e compostas por materias não-nocivos ao meio-ambiente.
A Sony-Ericsson também recomenda que que os clientes entreguem baterias e aparelhos em assistências técnicas ou postos de coleta, de onde elas são encaminhadas para processamento. Vidro, plástico, metal e eletrólitos (componentes da bateria) são separados, triturados e reprocessados de acordo. Algumas substâncias, como o cádmio, são usadas na produção de pigmento (vermelho, amarelo ou laranja) para a indústria de tintas.
E as operadoras?
Já entre as operadoras, a Vivo é a primeira a implementar um programa de coleta e reciclagem. Ele já está em funcionamento nas lojas próprias da empresa nos estados do RJ, ES, SP, DF, RS, PR e SC, onde o usuário pode deixar aparelhos e acessórios de qualquer marca ou operadora.
O valor arrecadado com a reciclagem do material é repassado à Audioteca Sal & Luz, uma organização que tem como principal objetivo a construção de uma biblioteca de livros falados para deficientes visuais. Segundo a operadora, entre janeiro e setembro de 2007 foram recolhidos aproximadamente 31 mil aparelhos e cerca de 24 mil baterias.
Em seu site, a TIM afirma estar trabalhando em um programa de coleta e reciclagem que deve entrar em operação “em breve”. A Claro não tem informações sobre programa similar.
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2007/12/13/ult4213u230.jhtm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |