Selo Verde

Para incentivar e divulgar boas práticas ambientais, a Prefeitura de Bauru vai certificar as empresas que investem em ações ecológicas com o “Selo Verde” municipal. A certificação é uma parceria com a diretoria regional de Bauru do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e será anunciada durante a 10.ª Semana Integrada do Meio Ambiente (Simab), que será realizada entre 1 a 5 de junho. A idéia do empresariado é que depois da indústria e comércio bauruense, o setor de serviços e até pessoas físicas possam reivindicar o “Selo Verde”.

Durante o lançamento da 10.ª Simab o prefeito Rodrigo Agostinho lembrou que o projeto de valorizar as empresas “verdes” já consta no Código Ambiental da cidade, elaborado em 1995 e aprovado em 1999. “É um projeto da administração do Tidei de Lima. O secretário do meio Ambiente da época, Clodoaldo Gazzetta, deu a idéia e eu fazia parte do grupo que elaborou o código”, recorda. “Estava faltando a implementação dos termos e estamos caminhando para isso. A certificação é voluntária e as regras serão divulgadas durante a apresentação do “Selo Verde” na Simab”, afirma o prefeito.

Agostinho ressalta que o projeto já está bem adiantado. “É uma parceria com a iniciativa privada de Bauru, principalmente o Ciesp, que está conduzindo essa proposta. Durante a Simab, vamos apresentar as regras e será publicado decreto regulamentando o “Selo Verde” em Bauru”, afirma.

A expectativa é que já no segundo semestre as empresas interessadas possam procurar a certificação que, de acordo com o prefeito, é inédita no Brasil. “Bauru será a primeira cidade no País a ter uma certificação municipal para empresas que, de certa forma, desenvolvem uma política ambiental. Isso para nós é muito importante”, destaca.

Basicamente, indústrias, comércio e prestadores de serviço que cumprirem as regras estabelecidas, poderão solicitar a certificação. Será necessário apresentar a documentação exigida e passar por uma auditoria. As empresas aprovadas receberão o “Selo Verde” da prefeitura.

De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, Valcirlei Silva, a certificação será concedida às empresas que não se limitam a cumprir as normas ambientais. “Será para aquelas que vão além, que tenham programas de economia de energia, que utilizem somente madeira certificada, que não use fontes de energia poluidoras”, enumera.

Em contrapartida, a prefeitura irá divulgar as empresas que conseguirem a certificação. “Elas poderão usar o selo em publicidade, poderão afirmar que são empresas que receberam uma certificação ambiental”, pontua o secretário.

O diretor regional do Ciesp em Bauru, Domingos Malandrino, explica que o objetivo é valorizar quem investe no meio ambiente. “Nosso ponto de partida é que toda a ação de proteção ambiental deve ter uma contrapartida para valorizar a preservação que foi feita. As boas práticas devem ser valorizadas”, destaca.

Para Caio Passianoto, coordenador de meio ambiente do Ciesp de Bauru e diretor adjunto da Diretoria de Meio Ambiente do Ciesp São Paulo, o “Selo Verde” será um incentivo para o setor em Bauru. “Será uma maneira da empresa demonstrar que possui responsabilidade ambiental”, avalia. Ele também destaca que as empresas que receberem a certificação deverão cumprir metas estabelecidas para que ele seja renovado.

Mata atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram a conclusão dos levantamentos do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” para o período 2005 a 2008.

De acordo com o levantamento, originalmente a mata atlântica cobria 83% do município de Bauru. Agora a área remanescente é de apenas 10%. Foram desmatados ao menos 102.938 hectares de cobertura florestal nativa, o que equivale a dois terços do tamanho da cidade de São Paulo entre 2005 e 2008.

Administração dará o exemplo

A Prefeitura de Bauru também busca melhorar a sua gestão ambiental. De acordo com o prefeito Rodrigo Agostinho, a administração municipal está empenhada em reduzir o seu próprio impacto ambiental. “Implantamos um programa de gestão ambiental em toda a administração pública para reduzir consumo de água, energia elétrica e de material. Estamos investindo na questão de limpeza, coleta seletiva em todos os órgãos públicos. Também vamos substituir o papel branco por papel reciclado“, enumera.

Agostinho garante que muita coisa já está em andamento, mas outras ações irão demorar. “Temos a resistência de alguns setores porque tem a questão de hábito. Outros são mais a longo prazo. Renovar a frota com veículos mais econômicos leva mais tempo”, pondera.

Entre as ações para a cidade toda, o prefeito elenca uma série de políticas que serão propostas. “Teremos o programa municipal de mudanças climáticas, política municipal de educação ambiental, a de limpeza pública e a de gerenciamento de resíduos sólidos. Também vamos instituir a nossa agenda ecológica”, diz.

Áreas contaminadas

Bauru tem, atualmente, dez áreas com solo contaminado, mostra relatório anual da Cetesb. No relatório do ano passado, eram 11 áreas. É considerado contaminado local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.

Das dez áreas poluídas em Bauru, oito são por combustíveis líquidos e solventes – casos de depósitos e postos de combustível e local de transbordo do produto. As outras duas áreas, de fábricas de baterias, estão contaminadas por metais. Todos os casos estão sendo acompanhados pela Cetesb, que indica as medidas necessárias. Em três áreas estão sendo feitas remediações.

Fonte: Jornal da Cidade

Ano da Publicação: 2009
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00906/0090601selo.htm
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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