A primeira cidade de Mato Grosso do Sul a reciclar vidros, produz hoje 30 toneladas de material para os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Apesar disso, um dos principais entraves na produção em Dourados é a falta de ampla coleta seletiva no município.
De acordo com o empresário Romi Araújo, a iniciativa do poder público em providenciar a seleção do lixo contribuiria com a prática da reciclagem, além de preservar o meio ambiente. “Muitas empresas não tinham local certo para descartar os vidros. Toneladas deles, com certeza acabavam poluindo a natureza. Hoje elas já dispõem deste recurso e estão utilizando este meio para ter um local seguro de descarte e evitar as multas. Apesar disso, faltam políticas públicas para o trabalho de conscientização da sociedade. Ainda é difícil chegar em todos os bairros e fazer a separação. Se a comunidade tivesse condições de separar o próprio lixo, muito mais vidros poderiam deixar de ir para a natureza e ser reaproveitado”, disse, observando que a falta de transporte também dificulta o trabalho.
Há 10 meses, a empresa de reciclagem se instalou no município e vem desenvolvendo parcerias e projetos de preservação do meio ambiente, através do reaproveitamento. A prática, segundo Romi, vem despertando a atenção de estudantes, que em Dourados já estão coletando os vidros para a reciclagem. “Muito mais do que um empreendimento que visa lucro, a empresa vem realizando um trabalho sócio-ambiental que envolve toda a comunidade”, disse.
De acordo com Romi, a idéia é fazer com que toda a população se conscientize dos impactos ambientais que o vidro causa na natureza. “Se destinado para o local correto, podemos transformar garrafas, por exemplo, em materiais diversos para o nosso uso diário. Quando enterrado, o vidro demora quatro mil anos para se decompor e ainda polui o lençol freático.”, explica.
Conforme Araújo, o material que chega na empresa passa por um processo de transformação do vidro em produto reutilizável. A produção é encaminhada para empresas de outros estados que fabricam materiais específicos como cinzeiros, garrafas, copos, pires, entre outros diversos. Cada cor de vidro é destinado para um tipo de indústria. Segundo Araújo já existe uma lei ambiental que obriga os fabricantes a desenvolverem 50% dos produtos industrializados com material reciclado.
Cervejarias e catadores já apóiam o projeto. Romi disse que, em visita aos empresários do ramo, muitos se colocaram à disposição na oferta do material que antes nem havia destino ao certo.
As empresas recebem uma nota fiscal que especifica o local para onde estão sendo destinadas as garrafas. “Conversei com muitos catadores e agora eles estão separando o lixo. Quando o grupo tem uma boa quantidade de material eu vou buscar”, acrescenta.
Araújo disse que o projeto em Dourados deve atender em curto espaço de tempo a outras cidades de MS. No Brasil há pelo menos uma empresa do ramo em cada estado, e a idéia, conforme ele, vem trazendo bons resultados, principalmente para a natureza. “Todas as escolas municipais e estaduais são postos de coleta. Os alunos levam para o colégio o vidro de casa e separam por cores. Eles aprendem a cuidar da natureza e ao mesmo tempo incentivam a reciclagem”, acrescenta.
Fonte: O Progresso
Ano da Publicação: | 2008 |
Fonte: | http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00804/0080415vidros.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |