Antes de pensar em jogar fora seus dejetos eletrônicos, conheça algumas situações onde eles ainda podem ser úteis
Muitos já ouviram falar de termos como spam ou lixo eletrônico, aquele sem-fim de mensagens inúteis com propagandas, correntes e malas diretas virtuais que entopem as caixas de correios. É um problema que afeta o cotidiano dos usuários da Internet, e é suficiente para causar alguma irritação, principalmente quando junto com a chateação vem um vírus embutido no e-mail.
Mas existe um outro tipo de lixo surgido com a evolução tecnológica e a atualização periódica de equipamentos como computadores e telefones celulares, e que pode trazer danos bem mais sérios que a aporrinhação causada por um e-mail indesejável. É a sucata eletrônica, formada pelos restos das máquinas que hoje ficam obsoletas em períodos cada vez mais curtos.
E não é uma sucata qualquer: os componentes de um computador têm vários elementos químicos que podem causar sérios danos ambientais, além de metais preciosos, que podem (e devem) ser reaproveitados. A grande questão é saber como reciclar os dejetos eletrônicos da melhor maneira.
Em uma cidade pobre como Fortaleza, é possível reaproveitar boa parte dos dejetos tecnológicos antes de jogá-lo no lixo. Equipamentos ultrapassados para uns podem ser a porta de acesso de muitos ao mundo da informática, além de fonte de fonte de lucro para sucateiros. Para quem quer se livrar do entulho e até ganhar algum dinheiro, existem compradores de peças velhas de micros nos anúncios classificados.
É o caso, por exemplo, do técnico Daniel Menezes, que trabalha em uma loja de assistência técnica de micros. Ele procura, através do jornal, peças e componentes que ainda estejam em boas condições para usar na reposição dos equipamentos que conserta, barateando o custo do serviço para os clientes.
E para quem quer apenas se livrar do material, há também a chance de dar a ele um destino honroso, garantindo ainda uma consciência limpa, ecológica e socialmente falando. Existem entidades destinadas a reciclar computadores e impressoras velhos e repassá-los a pessoas carentes, gratuitamente ou cobrando um custo mínimo.
O CDI – Comitê para a Democratização da Informática, por exemplo, é uma organização não-governamental que recebe doações de máquinas velhas para montagem de escolas de informática em entidades de assistência a carentes. Segundo Gláucia Mota, coordenadora geral do comitê no Ceará, existem hoje no estado quinze funcionando, e quatro em fase de conclusão das instalações.
Já no Projeto Emaús, é possível doar computadores, impressoras e peças como discos rígidos e drives de CD-ROM velhos ou quebrados para que sejam reciclados e postos à venda por preços acessíveis à população de baixa renda. Jefferson Duarte, técnico que trabalha no conserto das máquinas e componentes recebidos pela entidade, assegura que os micros geralmente são vendidos por preços que variam de duzentos a 250 reais.
A maioria das máquinas recicladas pelos dois locais usa processadores 486 e discos rígidos com baixa capacidade de armazenamento, tidos como ultrapassados ou inúteis. Prova de que, doando ou vendendo, os usuários que quiserem se livrar dos dejetos eletrônicos podem fazê-los seguir um longo percurso antes que eles cheguem na rampa de lixo.
Fonte: Jornal “O Povo”
Ano da Publicação: | 2010 |
Fonte: | http://www.fiec.org.br/artigos/competitividade/lixo_eletronico.htm |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |