Tratamento de lixo hospitalar auto-sustentável

O sistema utiliza gases em estado de plasma para obter alta temperatura, que descontamina o material infectado. Essa tecnologia gera menos poluentes e transforma o lixo em resíduo reutilizável



Alunos recentemente formados no curso de engenharia da FEI (Fundação Educacional Inaciana), de São Bernardo do Campo (Grande SP), mostraram um sistema elaborado com essa tecnologia na última quinta-feira (17), durante a XIV Exposição de Projetos de Formatura do Curso de Engenharia Mecânica, evento promovido pelo Centro Universitário da FEI.



Nomeado por Iplasma, o equipamento é um reator, ou forno, que aquece o lixo hospitalar por meio de um jato de plasma (estado físico após o gasoso) composto por argônio, 75%, e hélio, 25%. Esse processo é chamado por pirólise. “A temperatura pode chegar até 15 mil graus Celsius, porém quando atinge dois mil já é suficiente para esterelizar o lixo”, diz Felipe Thomas Garcia Caranassios, um dos engenheiros mecânicos envolvidos do projeto.



“O processamento faz com que as moléculas do material se dissociem, formando um material parecido com lava”. Esse resíduo, de acordo com os pesquisadores, pode ser totalmente reutilizado em pavimentação, fabricação de blocos de construção, visores de máscara de solda, placas eletroeletrônicas e asfalto. “Além disso, reduz a emissão de poluentes em até 40%, em comparação com métodos convencionais, como microondas, incineração e autoclave”, acrescenta o engenheiro.



Viabilidade e Mercado

Segundo Caranassios, o sistema de jato de plasma, em geral, tem o mesmo preço de um incinerador, entretanto o uso constante se torna mais custoso, pois o equipamento necessita “muita energia elétrica”. “Mas se a empresa tiver um sistema de cogeração de energia esse problema se torna uma vantagem. A cogeração pode ser acionada pelos próprios gases emitidos pelo reator de plasma, isso resulta num sistema auto-sustentável”, explica o pesquisador.



No Japão e na França, essa tecnologia com jato de plasma é utilizada para tratar cinzas produzidas por incineradores. No Brasil, de acordo com o engenheiro, há pelo menos três empresas que desenvolvem equipamentos à base de jato de plasma. “A TCL Ambiental desenvolveu um sistema para a Tetra Pack separar o alumínio do plástico”, conta Caranassios.



“O IPT [Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo] também possui trabalhos nesse segmento e deve elaborar projetos junto com a TCL”, acrescenta

Ano da Publicação: 2005
Fonte: Medicina S.A. - www.medicinasa.com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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