Um Brasil mais ambientalmente consciente

Pesquisa do Ministério do Meio Ambiente indica clara evolução na consciência ambiental do brasileiro nos últimos 20 anos.

Foi divulgado, semana passada (AGOSTO/2012), pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), o resultado da 5ª edição da pesquisa O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável. O estudo, realizado pela primeira vez em 1992, é o mais amplo painel sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável existente no país. E segundo os dados comparativos ali apresentados, nesses últimos 20 anos, a consciência ambiental do brasileiro quadruplicou.
A primeira versão do levantamento, realizada durante a Rio 92, mostrava que 47% dos entrevistados não sabiam identificar sequer um problema ambiental. Já neste ano, apenas 10% ignoravam a questão. A pesquisa também observa que conceitos “sofisticados” como “desenvolvimento sustentável”, “consumo sustentável” ou “biodiversidade” já fazem parte do vocabulário de muitos brasileiros. Na média nacional, 34% sabem o que é consumo sustentável atualmente.
O principal problema ambiental citado pelos brasileiros é, desde a primeira pesquisa, o desmatamento de florestas, que neste ano registrou 67%. Outros principais problemas são a poluição de rios e lagoas (47%), a poluição do ar (36%), o aumento do volume do lixo (28%), o desperdício de água (10%), a camada de ozônio (9%) e mudanças do clima (6%).
Mesmo com toda esta preocupação, de modo geral, a população ainda possui hábitos considerados prejudiciais ao meio ambiente. Este ano, apenas 48% dos entrevistados, afirmaram que fazem a separação dos resíduos nas residências, por exemplo.
A visão de que o governo federal é quem deve cuidar de sanar os problemas ambientais continua a predominar sobre as responsabilidades das comunidades ou das pessoas. Entretanto, cada vez mais brasileiros consideram o governo estadual e prefeituras como responsáveis também.
A projeção mostrou disparidade entre as regiões. A população da região Sul mostrou-se mais engajada ambientalmente. Enquanto a separação do lixo é um habito de quase 80% dos sulistas, e de mais da metade dos moradores de cidades do Sudeste, no Norte e Nordeste, mais de 60% não separam resíduos.
Essa diferença também pôde ser observada quando variamos a idade. Segundo a pesquisa, os mais jovens e os mais velhos são os que menos conhecem a realidade ambiental, mas a consciência aumentou. Há 20 anos, quase 40% dos entrevistados entre 16 e 24 anos não opinaram sobre problemas ambientais, e 60% dos brasileiros com 51 anos ou mais. Este ano, as proporções caíram para 6% entre os jovens e 16,5% entre os mais velhos.
O levantamento foi realizado com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) que entrevistou 2,2 mil pessoas de áreas urbanas e rurais de todas regiões do Brasil.