Muitas pessoas sabem que um dos grandes problemas dos grandes aglomerados populacionais é uma correta eliminação de pneus velhos. Largados ao céu aberto, além de poluirem visualmente a paisagem, podem servir de abrigo para animais como ratos e cobras ou acumularem água de chuvas atraindo os mosquitos da dengue.
Uma alternativa que existe é incinerá-los para a geração de energia. O pneu possui um poder calorífico muito parecido com o dos óleos combustíveis e até 25% superior ao do carvão. O problema dessa solução são os resíduos tóxicos e poluentes que contaminam o ar, o solo e os lençóis de água.
Outra forma de se livrar de pneus velhos é reformá-los através de um processo chamado de recauchutagem, em que é reposta a camada superior de borracha da banda de rolamento. O problema é que o pneu não pode apresentar cortes ou deformações e não pode estar “careca”. Com as precárias condições de conservação do pavimento das estradas e ruas, o pneu acaba sofrendo uma redução muito grande em sua vida útil. Estima-se que apenas um terço dos pneus velhos estejam em condições de passarem por uma reforma. A vantagem desse sistema é que fomenta novas indústrias e gera empregos.
Ainda existem alguns outros processos que desvulcanizam ou trituram a borracha para ser utilizada na composição de asfaltos, ou como matéria prima para a fabricação de outros artefatos como tapetes, pisos industriais, rodízios de móveis e carrinhos, sinalizadores de trânsito, solas de sapatos, revestimento de tanques de combustível, entre outros.
Mas esses processos citados geram resíduos nocivos ao meio ambiente e não são auto-sustentáveis do ponto de vista energético.
Por fim, existe um processo de reciclagem que se utiliza de um processo chamado de pirólise, que além de ser mais ecológico e gerar sub-produtos reaproveitáveis, por se tratar de uma reação química endotérmica, produz mais energia do que consome. Adermais, as usinas de reciclagem que utilizam reatores desse tipo, costumam ser bastante compactas, exigindo pequenas áreas para suas instalações
Já existem várias tecnologias desenvolvidas para a reciclagem de pneus utilizando essa técnica. A Petrobrás, por exemplo, utiliza essa tecnologia em sua usina de industrialização do xisto betuminoso em São Mateus do Sul, no Paraná.
Como existem várias formas de se reciclar pneus utilizando a pirólise, os resultados variam muito. Mas uma novidade chamou a atenção do mercado nessa semana.
Duas empresas dos Estados Unidos, EarthFirst Technologies e Orion Industrial Services, se uniram e conseguiram desenvolver uma tecnologia para a reciclagem de pneus utilizando a pirólise, cujas soluções técnicas adotadas fizeram com que o processo fosse aprovado pelos mais rígidos padrões de emissões de poluentes. Como se isso não bastasse, o processo ainda consegue aproximadamente, a partir de um único pneu, recuperar 4kg de carbono (que é vendido para indústrias de fabricação de polímeros), 3,5 litros de óleo (que pode ser usado como combustível ou matéria prima para processos industriais), 1kg de aço e 0,8 m³ de gás combustível para gerar energia. Finalmente, o custo de produção de uma usina de reciclagem desse tipo é inferior ao das alternativas existentes.
Além do óbvio benefício ao meio ambiente, é um processo de inestimável valor social, uma vez que pode criar muitos empregos indiretos nas empresas que prestam serviços às usinas de reciclagem, nas empresas que aproveitam os sub-produtos e ainda, nas comunidades de baixa renda, ao proporcionar a atividade de recuperação e coleta de pneus velhos.
AUTOR: Bruno Estevanatohttp://www.pingadw.com/>
Ano da Publicação: | 2007 |
Fonte: | http://www.energiaemfoco.com.br/combustivel/um-processo-de-reciclagem-de-pneus-que-e-ecologico-e-ainda-gera-energia/ |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |