Comunidade de Goiânia fabrica telhas recicladas

A vida de cinco bairros carentes do setor Leste de Goiânia, que abriga cerca de 2500 residências, mudou por completo. O Instituto Dom Fernando, braço da Sociedade Goiana de Cultura, uma entidade da Arquidiocese de Goiânia, através do Projeto Meia Ponte, criou o Núcleo Industrial de Reciclagem, hoje administrado pela Cooperativa de Reciclagem de Lixo (COOPREC), onde trabalham moradores da região.



Criada em março de 1998, a COOPREC já se firmou como uma pequena empresa que transforma, diariamente, 10 toneladas de lixo em matérias-primas para outras indústrias, além de produzir produtos acabados, como telhas recicladas e adubo orgânico. O faturamento mensal varia de R$ 30 mil a R$ 40 mil, o que representa, depois de descontadas todas as despesas, uma renda mensal entre R$ 190 a R$ 280 para cada um dos 50 cooperados. O investimento total do projeto foi de R$ 600 mil, financiado por recursos do Ministério do Meio Ambiente.



Projeto auto-sustentado – Apesar do alcance social, o projeto não é assistencialista, pois busca a auto-sustentação em todos os níveis. Pela tarefa de coletar o lixo reciclável, a cooperativa recebe R$ 6 mil, pagos mensalmente pela Prefeitura de Goiânia.



O lixo orgânico sofre um processo natural de fermentação (com a contribuição de minhocas, criadas na própria usina), e acaba virando húmus, adubo de alta qualidade, adquirindo principalmente pela prefeitura e empresas de jardinagem locais.



Já o lixo seco é enviado para a usina de reciclagem, onde passa por uma triagem inicial. O plástico polietileno é transformado em grânulos, com alta e baixa densidade, ideal para a fabricação de mangueiras, garrafas e sacos plásticos. O vidro e o metal são separados e vendidos como sucata para indústrias de vários pontos do país. Já os derivados de celulose vão para a fábrica de telhas, resultando no produto mais rentável da COOPREC.



Telhas recicladas – Tecnologia de origem argentina, o produto é tecnicamente chamado de telha reciclada fibroasfáltica e é feito a partir da mistura de papel fino, papelão e água. Pode ser instalado em residências, galpões industriais e agrícolas, tapumes de obras e edificações comerciais

Ano da Publicação: 2004
Fonte: Unilivre
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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