Do lixo à carteira

A reciclagem, além de contribuir para o meio ambiente, pode ser uma boa fonte de renda. Empresas particulares e cooperativas vêem neste setor oportunidade de negócios e utilizam da criatividade para ter crescimento no faturamento em média de 15% ao ano.



Dados divulgados pelo Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), mostram no levantamento O mapa da reciclagem no Brasil que das 2.361 empresas operando no setor, 150 estão na Região Centro-Oeste. Em Goiás se concentram 68 empresas, que se dividem entre recicladores, cooperativas e sucateiros.



Em 2004, o setor movimentou R$ 6,5 bilhões. Pet e embalagens longa vida tiveram um salto importante no período, ao lado do papelão e do alumínio. Com estes dados, o Brasil iguala-se a outros países da Europa e é o líder no ranking da reciclagem de embalagens longa vida entre os países em desenvolvimento. De acordo com o Cempre, o País recicla cerca de 10% de seus resíduos sólidos urbanos (5,2 milhões de toneladas métricas por dia, uma média de 0,7 kg por habitante/dia).



O principal produto reciclado é o plástico. Atualmente o PET é o plástico mais valorizado no mercado. A empresa goiana Biopet Indústria e Comércio Brito Ltda está há cinco anos no mercado e tem como material de trabalho as garrafas PET. Ela compra a matéria-prima de sucateiros por R$ 0,60 a R$ 0,70 o quilo. Faz a moagem e a lavagem e vendem os flakes (flocos) para indústrias do Rio de Janeiro e São Paulo por R$ 1,80 o quilo. Os preços dos materiais reciclados para venda variam de acordo com tipo, nível de separação, limpeza e coloração.



Comércio – Segundo o gerente industrial da Biopet, Fernando Ito, Goiás produz 600 toneladas de pet por mês, dos quais a empresa recicla 300 toneladas. Destes, 300 mil quilos de flakes são comercializados. “Entre 30% e 40% das garrafas vão para o lixão por não ter uma coleta seletiva eficiente”, acrescenta. Mas a intenção da empresa era aproveitar mais os produtos que chegam. Fernando explica que a Biopet tentou por um período comercializar postes e esteios de cerca utilizando o subproduto (rótulo e tampa) que sobrava do material comprado. Porém, o projeto não foi adiante devido ao aumento do preço da matéria-prima, que inviabilizou a comercialização.



O índice de reciclagem mecânica de plásticos (transformação dos resíduos plásticos em grânulos para a fabricação de novos produtos) no Brasil é de 16,5%, sendo superado apenas pela Alemanha (31,1%) e pela Áustria (19,1%). A informação é da Plastivida Instituto Sócio-ambiental dos Plásticos após estudo nacional inédito, elaborado pela Maxiquim no ano passado, com base nos resultados de 2003, e metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/IBGE.



A pesquisa mostra que a indústria da reciclagem de plásticos no Brasil é formada por cerca de 490 empresas recicladoras, 80% delas concentradas na Região Sudeste. Juntas, faturam cerca de R$ 1,22 bilhão e geram 11.500 empregos diretos. Têm capacidade instalada para reciclar 1,05 milhão de toneladas por ano, consomem 777 mil toneladas e produzem 703 mil toneladas de plásticos reciclados.



A campeã na reciclagem de plásticos pós-consumo é a Região Sudeste com 58%, seguida pelo Sul (24,9%) e Nordeste (14,5%). É a primeira vez que se compara a reciclagem no Brasil com a dos países desenvolvidos.





Fonte: Alessandra Goiaz (Diário da Manhã – GO)>>

Ano da Publicação: 2005
Fonte: www.reciclaveis.com.br
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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