Diversos autores consideram os resíduos sólidos como um dos determinantes da estrutura
epidemiológica da comunidade, exercendo sua ação sobre a incidência das doenças ao lado de outros
fatores.
Do ponto de vista sanitário a importância dos resíduos sólidos como causa direta não está comprovada.
Porém, como fator indireto, os resíduos sólidos domiciliares tem grande importância na transmissão de
doenças, pôr exemplo, através de vetores como artrópodes e roedores, que encontram nos mesmos
alimento e condições adequadas para proliferação.
O presente trabalho tem como objetivo estudar o impacto na saúde do acondicionamento e coleta dos
resíduos sólidos domiciliares, através de dados coletados em nove assentamentos humanos
localizados na periferia da cidade de Salvador, Bahia, Brasil.
Como indicadores epidemiológicos foram utilizados a incidência de diarréia e o estado nutricional, este
expresso por indicadores antropométricos, em 1.204 crianças menores de 5 anos e a infecção por
nematóides intestinais, expressa pela prevalência de Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e
ancilostomídeos, em 1.893 crianças entre 5 e 14 anos selecionadas para o estudo.
Os resultados apresentam a prevalência dos três nematóides maior nas crianças dos domicílios que
não dispõem de acondicionamento adequado e de coleta de resíduos sólidos, que naquelas de
domicílios com acondicionamento adequado e coleta regular sendo a diferença encontrada
estatisticamente significante, mesmo quando outros fatores de risco sócio-econômicos, culturais,
demográficos e ambientais. Resultado semelhante é também observado com relação aos indicadores
de impacto, incidência de diarréia e estado nutricional.
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