Há alguns dias, discutia com um amigo a iniciativa de determinados políticos na implementação de aterros sanitários e incineradoras. Não tinha dúvidas quanto à necessidade daquelas medidas, o que me toldava o pensamento era o interesse de grupos mafiosos.
A questão mafiosa não se colocava no nosso país, e dei-lhe o exemplo dos Estados Unidos quanto à remoção do lixo dos atentados do 11 de Setembro. Há dias, fui surpreendido com as sucatas da zona de Aveiro e a possibilidade de ali terem ocorrido contratos públicos de remoção e reciclagem de lixo obtidos através de favores. Além do que é relatado na Imprensa, nada mais se sabe. A dúvida instala-se e políticos e empresários são arrastados ao ritmo do "linxamento".
Pode existir político que, com o passar do tempo, conseguiu ir de balconista de um banco para administrador, tirando pelo meio uma honrosa licenciatura, mas tal não justifica o julgamento na praça pública. No meio do lixo e das suspeitas de corrupção é preciso salvaguardar o bom-nome dos suspeitos, ainda que sejam políticos. Esperamos que a responsabilidade não seja do guarda da GNR que se diz ter avisado o sucateiro de operações de fiscalização, é que a culpa não pode ser sempre do electricista, ou melhor, dos pequenos e indefesos.
Gonçalo Amaral, ex-coordenador da PJ
Ano da Publicação: | 2009 |
Fonte: | http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=CD9B5317-5D9F-4AE7-BFB0-7C23EB609A6C&channelid=00000093-0000-0000-0000-000000000093 |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |