A preocupação da sociedade com ações voltadas para uma melhor relação com o meio ambiente têm se intensificado nas últimas décadas. Uma das dimensões dessa questão está relacionada com o destino dos resíduos sólidos e o processo de reciclagem. Um novo ator social emergiu desse cenário, conhecidos como catadores de lixo. A situação social desses sujeitos insere-se na dubiedade da dimensão ambiental, pois, ao mesmo tempo em que, o lixo lhes proporciona trabalho informal, por outro lado as condições de vida e salubridade nem sempre correspondem à dignidade social. O texto analisa a percepção desses atores com relação a esta contradição, no sentido de apurar que nível de compreensão eles possuem sobre as possibilidades e limitações que este tipo de inserção social tem possibilitado. Trata-se de um estudo exploratório. Utilizou-se como meio de investigação a pesquisa de campo. Foram entrevistados: 21 catadores de lixo, da região da AMURES (Associação dos Municípios da Região Serrana de Santa Catarina), que coletam na rua e carroceiros. Os resultados indicam que a contraditoriedade desse vínculo social nem sempre é percebida de forma clara pelos envolvidos. Alguns relatam sentir orgulho de sua atividade e também o ganho de renda gerado que tem proporcionado melhores condições de vida para ele e sua família se comparado a situação anterior que vivia. Esse processo gera uma dubiedade, pois de um lado ameniza os processos de exclusão social de pessoas, que não encontram outras formas de sobrevivência considerada pelos entrevistados como melhores que a anterior, mas de outro mascara a ineficiência do sistema produtivo que não é capaz de lidar com o ciclo que relaciona natureza matéria-prima produto consumo descarte. A pesquisa demonstrou que existe um grande distanciamento da ação dos catadores (elo inicial da cadeia) com as organizações.
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