O presente trabalho constitui um texto de apoio aos alunos da disciplina de Tratamento de
Resíduo Sólidos. Trata-se, ainda, de um rascunho que se pretende melhorar e complementar para
cobrir integralmente o programa da disciplina. Entretanto, todas as contribuições serão bem-vindas.
Resíduos sólidos são todos os materiais que não fazendo falta ao seu detentor, este se queira
desfazer. Compreende resíduos resultantes da actividade humana e animal, normalmente sólidos, sem
utilização ou indesejáveis pelo seu detentor, no entanto com capacidades de valorização.
No âmbito dos resíduos sólidos gerados pela sociedade nos nossos dias, cabe aos resíduos
sólidos urbanos a maior e mais volumosa fatia desses desperdícios, motivo porque tem vindo a constituir
um factor de crescente preocupação. Tem-se assistido a uma verdadeira explosão na produção de
resíduos derivada do aumento do consumo público e, ao mesmo ritmo, um decréscimo do peso
específico dos resíduos. Não muito distante, o peso específico dos resíduos sólidos domésticos era de 300
a 400 Kg/ m3
, enquanto hoje ronda os 250 Kg/m3
.
Portugal encetou uma revolução no domínio dos RSU com a implementação de 30 sistemas de
resíduos sólidos ( 16 municipais e 14 multimunicipais EGF) e encerrando as 341 lixeiras inventariadas,
cobrindo integralmente o país com adequado tratamento dos resíduos produzidos. Cumpriu-se assim,
embora com um pequeno atraso o estipulado no Plano Estratégico dos RSU (PERSU), em boa hora
elaborado sob a coordenação do Prof. Lobato de Faria para o Ministério do Ambiente. Os sistemas de
tratamento de RSU, municipais e multimunicipais, assentam em modernas estruturas de recepção,
enfardamento e compactação de resíduos para posterior deposição em alvéolos do respectivo aterros
sanitário, drenando e tratando-se os lixiviados produzidos.
Depois desta fase importante do plano estar concluída deve seguir-se a avaliação das soluções,
pois há que responder a perguntas do tipo: o enfardamento é vantajoso? Os tratamentos de lixiviados
preconizados são adequados? A drenagem de biogás é eficiente? Entre outras.
De qualquer maneira, há a registar a franca melhoria de todo o panorama do sector, que há meia
dúzia de anos era terceiro-mundista. Com as duas novas unidades de incineração com aproveitamento
energético, em Lisboa (Valorsul) e Porto (Lipor II), que são responsáveis pelo tratamento de 22 % dos
RSU nacionais. A compostagem é realizada em 5 unidades, tratando cerca de 19%, dados de 2001, os
aterros sanitários com 56% % e cerca de 2.5% de reciclagem de materiais.
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