Você sabe de onde vem o xaxim? Sabia que ele está em extinção? Pois é, o xaxim é o nome vulgar de uma grande samambaia (Samambaia-açu – “açu” em Tupi é “grande”), cujo nome científico é Dicksonia Sellowiana e que pode alcançar 10 metros de altura, como uma palmeira; era abundante na Serra do Mar, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, habitando os locais bem úmidos. Verdadeiro fóssil vivo das florestas pré-históricas. Há outras grandes samambaias no Brasil e no mundo.
O xaxim que conhecemos vem do “tronco”, na verdade uma raiz que se ergue suportando as folhas. Esse “tronco” é cortado em vasos, placas ou desfibrado. Hoje o xaxim com valor comercial está restrito a alguns trechos de serras de Santa Catarina.
Tentando frear a devastação, em 1990 a Prefeitura de Porto Alegre proibiu a industrialização e o comércio do xaxim; a Portaria Interinstitucional (federal) 0001/96 determinou, no estado de Santa Catarina, em seu artigo 4, limites para a exploração do xaxim no estado: 30% dos adultos com diâmetro maior que 30 cm (medidos a 80 cm do piso da mata) e a exigência do plantio da ponteiras, normalmente descartadas.
O xaxim não está sendo apenas extinto por conta da exploração para desfibramento, mas, também, para saciar vaidades paisagísticas. Tem sido cada vez mais comum projetos de jardins empregando xaxins vivos, como plantas ornamentais, arrancados da natureza e plantados em locais quase sempre inadequados, gerando a rápida morte do exemplar, uma perda para a natureza – uma planta que levou 20 ou mais anos para atingir meio metro é jogada no lixo como um vaso de margaridas. Infelizmente, os promotores de modismos não estão preocupados em favorecer o uso sustentável dos recursos naturais.
A escassez do xaxim e o risco de desaparecimento fizeram com que algumas poucas empresas buscassem alternativas, no caso, quanto ao uso do xaxim como insumo para plantas e arranjos. Uma, o nó de pinheiro, outra, a melhor solução, é a fibra do coco verde reciclada. Ambas alternativas são formas de aproveitamento de resíduos.
Somente no Rio de Janeiro, diariamente, são descartadas 420 toneladas de coco verde, entulhando manguezais, lagoas e lixões.
A empresa COCO VERDE desenvolveu sistema exclusivo de reciclagem (patente requerida em 2001), através do qual viabilizou o reaproveitamento de até 100% do seu coco recolhido, que antes era jogado no lixo. Com esse processo, são fabricados em escala industrial vasos, placas, palitos, cobertura e substrato para paisagismo, placas para isolamento térmico e acústico, etc. Enfim, toda uma linha de produtos ecológicamente corretos que substituem o xaxim com inúmeras vantagens, atendem toda a demanda do setor de paisagismo, além de garantir a preservação da mata atlântica.
Em 24 DE MAIO DE 2001, O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, na RESOLUÇÃO Nº 278, considerando a situação crítica atual das espécies da flora ameaçadas de extinção, agravada pela intensa fragmentação do bioma Mata Atlântica, que compromete o necessário fluxo gênico; em seu Art. 1º Determina a proibição do corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção em populações naturais do bioma Mata Atlântica.
Bem, agora, não diga que não sabia!
Ano da Publicação: | 2005 |
Fonte: | http://www.cocoverderj.com.br |
Autor: | Rodrigo Imbelloni |
Email do Autor: | rodrigo@web-resol.org |