Pilhas e baterias: um lixo perigoso

No Brasil, o termo bateria refere-se a dispositivos industriais, automobilísticos e equipamentos médicos, por exemplo, enquanto o termo pilha refere-se a dispositivos de uso doméstico.



As pilhas também são denominadas células, sendo constituídas por um ânodo (pólo negativo) e por um cátodo (pólo positivo), imersos no eletrólito que possibilita a troca de elétrons entre ambos. Várias pilhas, ligadas em série, formam uma bateria.



Podem apresentar-se de várias formas: cilíndricas, retangulares, botões e moedas. Quanto ao tamanho, podem receber as denominações de: palito (AAA), pequeno (AA), médio (C) e grande (D).



Dividem-se em duas classes: as primárias e as secundárias. As pilhas primárias são usadas apenas uma vez e substituídas, pois a reação química que ocorre é irreversível. As pilhas secundárias são compostas por sistemas eletroquímicos, nos quais não ocorre a dissolução dos materiais ativos no eletrólito alcalino, permitindo que essas pilhas possam ser recarregadas e reutilizadas.



Além de metais pesados tóxicos, as pilhas comuns também contêm substâncias químicas perigosas como o cloreto de amônia e o negro de acetileno. Na pilha do tipo alcalina, o mercúrio tem a função de armazenar as impurezas geradoras de gases, contidas nas matérias-primas, que podem prejudicar o desempenho e a segurança do dispositivo.



As baterias de celular também apresentam metais tóxicos que poluem as águas e os solos.



Tanto as substâncias presentes nas pilhas quanto das baterias, se ingeridas através da água ou dos alimentos, podem provocar distúrbios metabólicos que levam à osteoporose, disfunção renal, doenças cardíacas, dores de cabeça, anemia, depressão, distúrbios digestivos e problemas pulmonares, por exemplo.



As pilhas são lançadas diariamente no meio ambiente por milhões de pessoas. Ao serem descartadas de forma inadequada, liberam seus componentes tóxicos no ambiente, contaminando o solo, a água, a atmosfera, podendo causar sérios danos a diversas formas de vida, incluindo o homem.



A produção média de pilhas no Brasil é de aproximadamente 670 milhões de unidades por ano, dentre as quais predominam as alcalinas. É importante considerar também a grande quantidade de pilhas que entram no país como produtos importados. Observa-se, ainda, uma acelerada expansão do consumo de baterias, decorrente do crescente uso de telefones celulares: de 1994 a 1999, o número de telefones celulares passou de 800 mil para 17 milhões de aparelhos, o que representa 22% de todas as linhas de telefone celular da América Latina. A estimava é que para 2007, haja mais telefones celulares do que fixos.



Nem todos os tipos de baterias apresentam o mesmo grau de risco ambiental, e o mercado já dispõe de dispositivos pouco danosos ao ambiente. Entretanto, aproximadamente 11 mil toneladas de baterias usadas foram descartadas no período de 1995 a 1999, contaminando o solo dos aterros comuns e colocando em risco também os recursos hídricos.



Quanto às baterias automotivas, estas são, normalmente, do tipo chumbo-ácido (Pb-H2SO4), sendo classificadas como de elevado risco ambiental, devido aos severos efeitos negativos que o chumbo e o ácido sulfúrico ocasionam sobre os seres vivos em geral. O Brasil não é auto-suficiente na produção de chumbo primário. Por isso, este tipo de bateria é reprocessado em unidades de produção de chumbo secundário. Porém muitas indústrias recicladoras de baterias, mal estruturadas, também contribuem para a severa contaminação ambiental com chumbo e ácido sulfúrico.



Apesar do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) ter inovado no gerenciamento ambiental e descarte de pilhas e baterias usadas, ao instituir a Resolução 257/99, segundo a ABES – Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental – para os que acreditavam que as empresas fabricantes seriam as grandes interessadas em orientar a população, contribuindo assim para a instituição de um programa

Ano da Publicação: 2007
Fonte: http://www.redeaguape.org.br/desc_artigo.php?cod=32
Autor: Rodrigo Imbelloni
Email do Autor: rodrigo@web-resol.org

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